25 de nov. de 2009

Aluno Agressivo?


Ele precisa de afeto e de limites


Ao conversar com a criança de pré-escola e mostrar a ela comportamentos positivos, você contribui para resolver problemas de agressividade. Mas é importante envolver os pais nesse processo

Em meio a brincadeiras e risos na hora do recreio, você escuta o choro de um aluno. Ele acaba de ser agredido por um colega. A cena é comum - e até normal - em turmas com crianças de até 6 anos. Mas, quando uma delas machuca os outros com freqüência e reage violentamente às dificuldades, é sinal de que a agressividade ultrapassou os limites.

Até os 3 anos de idade, dar tapas, empurrar o amigo ou qualquer outro tipo de contato físico pode significar desejo de aproximação e não necessariamente vontade de incomodar. Entre 4 e 6 anos, os pequenos já sabem comunicar situações que não lhes são agradáveis. "Nessa idade, a criança é capaz de brincar 'com' e não apenas 'ao lado de' amigos. Ela começa a perceber as regras de convivência", afirma a psicóloga Maria Betânia Norgren, professora de arteterapia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Esses estágios de desenvolvimento não acontecem exatamente ao mesmo tempo: alguns podem apresentar por um período maior comportamentos mais ou menos avançados em relação à idade. Nem todas as crianças se adaptam facilmente a essas mudanças emocionais, o que pode também ser uma causa das reações hostis.

Entre as causas estão a falta de cuidado e a violência
"A agressividade exagerada geralmente é sintoma de problemas mais graves", alerta Ivânia Pimentel, terapeuta e supervisora da Associação Criança Brasil, que atende 600 jovens em São Paulo. Entre os fatores desencadeadores de procedimentos agressivos estão: temperamento difícil e impulsivo; falta de carinho; violência física ou emocional; ausência de limites ou tolerância excessiva dos pais; excesso de energia mal canalizada; necessidade de experimentar limites até reconher os próprios controles; não tolerar frustrações; e deficiências físicas ou mentais ainda não descobertas.

A criança com comportamento agressivo pode estar passando por situações especiais sem o devido apoio, como separação dos pais, nascimento de um irmão ou morte de alguém querido. Para Ana Coelho Vieira Selva, professora do Departamento de Psicologia e Orientação Educacional da Universidade Federal de Pernambuco, "é fundamental que o aluno não seja estigmatizado nem acusado por atos agressivos".

Você pode dar exemplos de atitudes equilibradas
Pais e familiares são os principais exemplos de conduta para os pequenos, mas você também tem papel importante na formação emocional deles. Se o professor grita e resolve os conflitos em classe de maneira agressiva, o aluno pode reproduzir essas atitudes. "Uma das funções da escola é civilizar o indivíduo, não sendo condescendente com a agressividade exagerada", analisa Rinaldo Voltolini, professor de Filosofia da Educação da Universidade de São Paulo.

Uma atitude positiva é se aproximar do estudante. Dessa forma, ele vai se sentir à vontade para expressar seus sentimentos e pode até tentar explicar seus gestos impetuosos. Ofereça chances de a criança se retratar e crie situações de estímulo: substitua o "Isso não se faz!" por "Você é um garoto legal. Não vai mais querer bater no amigo". Converse com o aluno no pátio ou no parquinho. Salas fechadas, como a temida diretoria, podem causar constrangimento.

Há algumas práticas que você pode adotar para reduzir o comportamento agressivo. Atividades que apresentem modelos de comportamento bem-aceitos também funcionam. Monte, por exemplo, um teatrinho de bonecos e represente conflitos comuns entre as crianças, intercalando situações em que as agressões trouxeram conseqüências desagradáveis com as que foram resolvidas com cooperação, amizade e diálogo.

Conversa com os pais é delicada, mas essencial
A comunicação entre a família e a escola é imprescindível. Não desista se as primeiras reuniões com os pais forem difíceis. "Normalmente eles acham que a professora 'marca' o filho. Alguns acabam aceitando; outros, porém, chegam a tirar a criança da escola", alerta Salvane Andrade Silva, diretora da Espaço Criança Centro de Educação Infantil, no Distrito Federal.

Se os pais não colaboram, há no mínimo três possibilidades: faltam parâmetros de comparação, por terem somente um filho; a agressividade é normal em casa; ou existe problemas na relação familiar e os pais sentem vergonha de assumi-los. No Instituto Madre Mazzarello, em São Paulo, um aluno de 4 anos batia nos colegas. Quando a mãe foi chamada, ela chegou a dizer que a professora é que não tinha jeito com ele. "Sete meses e muita conversa depois, a mãe revelou que o marido a agredia fisicamente. "Indicamos um psicólogo e com o tratamento a criança se acalmou", conta a orientadora educacional Ana Paula Cussiano.

Uma boa maneira de começar a conversa com os pais é ressaltar as qualidades do aluno - se iniciar falando dos defeitos e do comportamento, eles podem achar que você não gosta dele e não vão querer escutá-lo. Explique que a criança necessita de ajuda e exponha tudo o que a escola já fez para tentar resolver o problema. Indique psicólogos de confiança ou sugira alternativas gratuitas em faculdades ou postos de saúde de sua região.

DICAS IMPORTANTES
Para promover a boa convivência do grupo Como ajudar o estudante agressivo
Oriente os alunos a avisar você quando acontecer uma agressão.

Jamais incentive crianças a responder a atos agressivos com violência.

Converse com a turma sobre o que é certo e o que é errado e combine regras de boa convivência.

Conte histórias sobre amizade, amor e relações tranqüilas.

Recompense as boas condutas.

Programe atividades físicas em que os alunos gastem bastante energia.

Realize brincadeiras em que haja contato físico entre as crianças, como as rodas.

Leve a garotada para brincar ao ar livre.

Aplique técnicas de relaxamento.

Monte uma brinquedoteca.
Crie uma relação de amizade e confiança com ele.

Estabeleça claramente os limites.

Incentive manifestações de afeto, segurança, senso de responsabilidade e de cooperação.

Nunca grite, brigue ou discrimine esse aluno.


Fonte: revistaescola.abril.com.br

18 de nov. de 2009

Dica de leitura para a semana da Consciência Negra - História: Menina Bonita do Laço de fita


Menina Bonita do Laço de Fita

Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos dela pareciam duas azeitonas
pretas, daquelas bem brilhantes.
Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era
escura e lustrosa, que nem o pêlo da
pantera negra quando pula na chuva.

Ainda por cima, a mãe
gostava de fazer
trancinhas no cabelo dela
e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma
princesa das Terras da África, ou uma
fada do Reino do Luar.

Do lado da casa dela morava um
coelho branco, de orelha cor-de-rosa,
olhos vermelhos e focinho nervoso
sempre tremelicando. O coelho achava
a menina a pessoa mais linda que ele
tinha visto em toda a vida. E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma
filha pretinha e linda que nem ela…

Por isso, um dia ele foi até a casa da
menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual
é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu caí na tinta
preta quando era pequenina..
O coelho saiu dali, procurou uma lata
de tinta preta e tornou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas
aí veio uma chuva e lavou aquele pretume, ele ficou
branco outra vez.

Então ele voltou lá na casa da menina
e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é
teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito
café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café
que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada
preto.

Então ele voltou lá na casa da
menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de
fita, qual é teu segredo pra ser tão
pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita
jabuticaba quando era pequenina.

O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba
até ficar pesadão, sem conseguir
sair do 1ugar. O máximo que
conseguiu foi fazer muito cocozinho
preto e redondo feito jabuticaba.
Mas não ficou nada preto.

Por isso, daí a alguns dias ele voltou lá na
casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual
é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e já ia inventando
outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela,
que era uma E,, mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha…

Aí o coelho - que era bobinho,
mas nem tanto - viu que a mãe da menina
devia estar mesmo dizendo a verdade, porque
a gente se parece sempre é com os pais, os tios,
os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e
linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.

Não precisou procurar muito.
Logo encontrou uma coelhinha escura
como a noite, que achava aquele
coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram
uma ninhada de filhotes, que coelho
quando desanda a ter filhote não pára mais.

Tinha coelho pra todo gosto: branco,
bem branco, branco meio cinza,
branco malhado de preto, preto
malhado de branco e até uma coelha
bem pretinha. já se sabe, afilhada da
tal menina bonita que morava na casa
ao lado.

E quando a coelhinha saía, de laço
colorido no pescoço, sempre
encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é
teu segredo pra ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha
madrinha…

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de Novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares,em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.

O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.

A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_Consci%C3%AAncia_Negra